Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do aparelho de Herbst na proclinação e protrusão dos incisivos inferiores, bem como verificar se o aparelho causa perda óssea alveolar na região anterior da mandíbula. Trata-se de um estudo retrospectivo. Foi utilizada uma amostra de 35 indivíduos. O grupo tratado foi formado por 22 indivíduos (8 meninas e 14 meninos; idade média inicial de 8,2 anos) que utilizaram o aparelho de Herbst com Cantilever por um período de 12 meses. O grupo controle foi composto por 13 indivíduos (3 meninas e 10 meninos; idade média inicial de 8,9 anos) que não receberam tratamento e foram acompanhados por um período de aproximadamente 18 meses. Exames de tomografia computadorizada de feixe cônico foram realizados no início e no final do período observacional. Foram avaliadas a espessura óssea medular (EM), espessura óssea cortical vestibular (ECV), espessura óssea cortical lingual (ECL), proclinação e protrusão dos incisivos inferiores. Os dados foram submetidos a análise estatística (ANCOVA e teste t de Student) com nível de significância de 5%. Não houve alteração estatisticamente significativa na EM, ECV, ECL e proclinação dos incisivos entre os grupos. Houve um aumento na proclinação dos incisivos no grupo tratado, sem significância estatística. O grupo tratado apresentou aumento significativo na protrusão dos incisivos (p=0,02). O aparelho de Herbst promoveu uma pequena proclinação e protrusão dos incisivos inferiores, sem implicações clínicas relevantes. O aparelho de Herbst não causou perda óssea na região anterior da mandíbula durante o tratamento da Classe II.

Abstract This study aimed to evaluate the effects of the Herbst appliance on the proclination and protrusion of the lower incisors, and to verify if the device causes alveolar bone loss in the anterior region of the mandible. This is a retrospective study. The sample consisted of 35 individuals. The treatment group consisted of 22 individuals (8 girls and 14 boys; initial mean age of 8.2 years) who used the Cantilever Herbst appliance for a period of 12 months. The control group consisted of 13 individuals (3 girls and 10 boys; initial mean age of 8.9 years) who received no treatment and were followed up for a period of approximately 18 months. Cone-beam computed tomography scans were performed at the beginning and at the end of the observational period. The medullary bone thickness (MT), buccal cortical bone thickness (BCT), lingual cortical bone thickness (LCT), and lower incisors proclination and protrusion were evaluated. Data were submitted to statistical analysis (ANCOVA and Student’s t-test) with a significance level of 5%. There was no significant difference in MT, BCT, LCT and incisor proclination between groups. Incisor proclination increased in the treated group with no statistical significance. The treatment group showed a significant increase in the protrusion of the incisors (p = 0.02). The Herbst appliance promoted a small proclination and protrusion of the lower incisors, without relevant clinical implications. The Herbst appliance did not cause bone loss in the anterior region of the mandible during Class II treatment.

RESUMO Introdução: considerando-se o grande número de aparelhos propulsores mandibulares, não é uma tarefa fácil escolher o melhor deles para o seu paciente. Objetivo: descrever o desenvolvimento desses aparelhos e a experiência clínica de vinte anos dos autores na sua utilização. Métodos: os aparelhos funcionais fixos aqui apresentados foram classificados em flexíveis, rígidos e híbridos, e o modo de ação de cada um deles foi descrito e ilustrado por meio de quatro casos clínicos. Conclusões: os aparelhos propulsores rígidos fornecem mais resultados esqueléticos do que os flexíveis e os híbridos. Esses últimos têm efeito semelhante ao uso de elásticos com direção de Classe II e, basicamente, corrigem a má oclusão de Classe II com alterações dentoalveolares. Do ponto de vista biomecânico, os propulsores fixos estão mais indicados para tratar a Classe II em pacientes dolicofaciais do que os elásticos de Classe II.

ABSTRACT Introduction: Considering the large number of fixed functional appliances, choosing the best device for your patient is not an easy task. Objective: To describe the development of fixed functional appliances as well as our 20-year experience working with them. Methods: Fixed functional appliances are grouped into flexible, rigid and hybrid. They are different appliances, whose action is described here. Four clinical cases will be reported with a view to illustrating the different appliances. Conclusions: Rigid fixed functional appliances provide better skeletal results than flexible and hybrid ones. Flexible and hybrid appliances have similar effects to those produced by Class II elastics. They ultimately correct Class II with dentoalveolar changes. From a biomechanical standpoint, fixed functional appliances are more recommended to treat Class II in dolichofacial patients, in comparison to Class II elastics.